Olá, famílias! Se a hora das refeições em casa se tornou um desafio constante, com um cardápio infantil cada vez mais restrito, vocês não estão sozinhos. A seletividade alimentar, caracterizada pela recusa em experimentar novos alimentos e pela preferência por um número limitado deles, é uma preocupação comum entre as famílias.
Como nutricionista infantil atuante aqui em São Paulo, acompanho de perto diversas famílias que enfrentam essa situação. A boa notícia é que, na maioria dos casos, a seletividade alimentar tem causas identificáveis e estratégias eficazes para ajudar seu filho a ampliar o leque de alimentos que consome.
Desvendando as Possíveis Causas da Seletividade Alimentar:
A seletividade alimentar é um fenômeno complexo e multifatorial. Entender as possíveis causas é o primeiro passo para buscar a ajuda adequada. Em São Paulo, com a nossa diversidade cultural e alimentar, as influências podem ser variadas. Algumas das causas mais comuns incluem:
- Fatores Sensoriais:
- Textura: Muitas crianças seletivas têm aversão a certas texturas, como alimentos pegajosos, moles demais, crocantes ou com “bolinhas”. A consistência de um purê, a sensação de um pedaço na boca ou até mesmo a mistura de texturas podem ser desafiadoras.
- Exemplo em SP: Lembro-me do pequeno Lucas, do Brooklin, que só aceitava alimentos completamente lisos. Qualquer pedacinho em um purê ou a textura fibrosa de algumas frutas eram motivo de recusa imediata.
- Sabor: Algumas crianças são mais sensíveis a sabores amargos, ácidos ou muito intensos. A preferência por alimentos mais neutros e doces é comum.
- Exemplo em SP: A Mariana, da Vila Madalena, tinha dificuldade em aceitar legumes com um sabor mais pronunciado, como brócolis ou couve-flor, preferindo arroz e batata.
- Odor: O cheiro de certos alimentos durante o preparo ou na hora de servir pode ser um fator de rejeição para algumas crianças.
- Exemplo em SP: O aroma forte de peixe cozido era um gatilho para a recusa alimentar do João, de Moema, mesmo que ele nunca tivesse provado o alimento.
- Aparência: A cor, o formato ou a apresentação do alimento no prato também podem influenciar a aceitação.
- Exemplo em SP: A Sofia, da Aclimação, resistia a qualquer alimento que tivesse uma cor “estranha” ou que estivesse misturado com outros itens no prato.
- Fatores Comportamentais e Psicológicos:
- Neofobia Alimentar: É a aversão a experimentar alimentos novos, comum em crianças pequenas. Em alguns casos, essa fase pode se prolongar e contribuir para a seletividade.
- Experiências Negativas: Uma experiência alimentar desagradável no passado (como um engasgo ou ser forçado a comer algo que não gostava) pode gerar associações negativas com determinados alimentos ou com a hora da refeição.
- Exemplo em SP: O Pedro, do Campo Belo, desenvolveu uma forte aversão a frango após ter se engasgado com um pedaço maior.
- Dinâmica Familiar e Pressão Alimentar: Um ambiente tenso durante as refeições, com pais insistindo ou forçando a criança a comer, pode piorar a seletividade e gerar ansiedade em relação à comida.
- Busca por Controle: A recusa alimentar pode ser, para algumas crianças, uma forma de exercer controle em um momento em que sentem pouca autonomia.
- Associações com Recompensas ou Punições: Utilizar a comida como recompensa ou punição pode criar associações não saudáveis com a alimentação.
- Fatores de Desenvolvimento e Saúde:
- Marcos do Desenvolvimento: Algumas fases do desenvolvimento podem influenciar o apetite e a seletividade.
- Condições Médicas: Em alguns casos, a seletividade alimentar pode estar associada a condições médicas subjacentes, como alergias alimentares, refluxo gastroesofágico, problemas de deglutição ou transtornos do neurodesenvolvimento (como o Transtorno do Espectro Autista – TEA).
- Exemplo em SP: A seletividade alimentar do Gabriel, da Vila Olímpia, estava relacionada a uma sensibilidade gastrointestinal que precisou ser investigada e tratada.
A Ajuda Profissional em São Paulo: O Olhar da Nutricionista Infantil:
É importante ressaltar que a seletividade alimentar varia em grau e intensidade. Enquanto algumas crianças podem ter preferências alimentares mais restritas, outras apresentam uma seletividade severa que impacta a ingestão nutricional e o bem-estar geral.
A avaliação de uma nutricionista infantil, como a Dra. Bruna Angelo, é fundamental em São Paulo para:
- Identificar as possíveis causas: Através de uma anamnese detalhada da história alimentar, hábitos, preferências e possíveis fatores associados (sensoriais, comportamentais, médicos).
- Avaliar o estado nutricional: Verificar se a seletividade está comprometendo o crescimento e o desenvolvimento da criança.
- Desenvolver estratégias personalizadas: Criar um plano de intervenção individualizado, com foco em técnicas de exposição gradual a novos alimentos, modificação do ambiente alimentar, abordagens sensoriais (se necessário) e orientação comportamental para os pais.
- Oferecer suporte e orientação familiar: A seletividade alimentar impacta toda a dinâmica familiar. O apoio profissional ajuda os pais a lidarem com a situação de forma mais eficaz e menos ansiosa.
- Trabalhar em conjunto com outros profissionais: Em casos mais complexos, pode ser necessário o acompanhamento de outros especialistas, como pediatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos ou psicólogos.
Em São Paulo, contamos com uma rede de profissionais qualificados que podem auxiliar famílias que enfrentam a seletividade alimentar infantil. Não hesite em buscar ajuda se a restrição alimentar do seu filho está causando preocupação. Uma avaliação profissional pode trazer clareza, estratégias eficazes e, o mais importante, ajudar seu filho a ter uma relação mais positiva e variada com a comida, aproveitando os ricos sabores que a nossa cidade tem a oferecer.